Motoristas brasileiros de transporte de cargas agora devem realizar o teste de Covid-19 para entrar nos países da fronteira: Argentina, Chile e Peru. O teste RT-PCR deve ser feito 72 horas antes da entrada nos países.
A Confederação Nacional dos Transportes (CNT) ficou preocupada com a exigência. Assim, emitiu um ofício ao presidente da República, Jair Bolsonaro, afirmando que as medidas trazem problemas operacionais e de fluxo nas fronteiras do Brasil, entre os quais:
- o represamento de cargas de exportação e importações;
- o aumento de custos logísticos não somente relacionados aos testes, mas também aos tempos ociosos em fronteira aguardando os resultados;
- e a elevação da inconformidade dos motoristas (tripulantes) que deverão se submeter a mais esse desafio no universo de restrições já enfrentadas.
Uma das motivações para as restrições é o surgimento e disseminação da variante brasileira do Coronavírus, preocupando assim os países vizinhos.
ABTI informa medidas para auxiliar nos teste RT-PCR aos motoristas
A Associação Brasileira de Transportadores Internacionais (ABTI) também se mostrou preocupada com a situação. No início de abril, a entidade já alertou o agravamento das medidas, com um possível colapso nas fronteiras do Brasil em cidades como Dionísio Cerqueira, em Santa Catarina, Foz do Iguaçu, no Paraná, e São Borja, no Rio Grande do Sul.
Na última quinta-feira (6), a ABTI emitiu uma nota em seu site informando que a entidade tem participado de reuniões organizadas e lideradas pela Assessoria Internacional da Agência Nacional de Transporte Terrestre, que conta com a presença ativa do Ministério da Saúde, Itamaraty, Secretaria do Governo Federal e Secretarias de Saúde dos principais estados e municípios que possuem fronteiras habilitadas ao transporte rodoviário internacional de cargas. Segundo a associação “Os encontros têm como objetivo organizar a distribuição de teste RT-PCR que o governo federal possui para amenizar o impacto das medidas estrangeiras”.
A ABTI ainda informou que “As principais rotas de acesso às fronteiras foram mapeadas e de acordo com a disponibilidade das Secretarias de Saúde dos estados de Rio Grande do Sul e Santa Catarina, por exemplo, serão definidos pontos para coleta de testes, assim, o resultado da análise estará pronto quando o tripulante chegar à fronteira. Postos da PRF nas rodovias poderão auxiliar neste processo em municípios como Passo Fundo, Osório e Caxias do Sul no Rio Grande do Sul. Santa Catarina sugeriu pontos de coleta como Joaçaba, Chapecó e Concordia. Os testes serão realizados de forma gratuita pelos Laboratórios Centrais dos Estados (Lacen)”.